Cooperativa Pindorama inicia moagem de etanol de sorgo em Coruripe com Missa de Ação de Graças

A Cooperativa Pindorama, uma das mais importantes para a economia de Alagoas e para o setor sucroenergético do Norte Nordeste do Brasil, alcançou, nesta quarta-feira (30), mais um passe icônico em sua história: o início da moagem de grãos para produção de etanol a partir do sorgo, um dos cereais mais cultivados no mundo, com alto valor nutricional e utilizado na alimentação animal, na forma de ração, silagem ou forragem.

A celebração foi concretizada com a realização da tradicional Missa de Ação de Graças, que marcou, com um mês de antecedência, a abertura da safra 2025/26 na cooperativa, geralmente iniciada no final de agosto ou começo de setembro. O encontro simbólico em prol da fé e de proteção, visando o início de um novo ciclo, ocorreu no pátio da cooperativa, localizada no município de Coruripe, no sul de Alagoas, reunindo diretores, associados, empresários e colaboradores. Entre lideranças estiveram presentes Carlos Roberto, vice-presidente, e Antônio Oliveira, diretor-secretário da Pindorama.

“Nós somos a primeira usina de etanol de milho do nordeste do Brasil, hoje concretizamos mais um dia que ficar na história. É a primeira missa de início de moagem etanol de grão, fruto de um trabalho de uma equipe muito forte, integrada e que faz acontecer. Essa é a segunda moagem. A primeira, uma fase teste, ocorreu durante a moagem da cana na última sagra, e nessa agora, um mês antes, já estamos trabalhando para produzir esse combustível, tão importante para a locomoção das pessoas no Nordeste”, complementou. 

Klécio também destacou que essa nova frente de produção representa um avanço significativo para o setor no estado. “Atualmente, Alagoas e o Nordeste ainda depende do etanol vindo de estados como Goiás e Mato Grosso. Agora, vamos ter esse combustível produzido aqui também, com base no sorgo, o que deve resultar em preços mais acessíveis e benefícios diretos para a economia local, como geração de emprego, renda e valorização do nosso portfólio de produtos”, acrescentou.

Segundo o empresário, a expectativa da cooperativa é esmagar diariamente entre 400 e 450 toneladas de sorgo, o que deve resultar em uma produção de aproximadamente 150 mil litros de etanol por dia. Ao final da safra, a meta é alcançar entre 30 e 40 milhões de litros, podendo até superar essa estimativa. Na safra anterior, em fase de testes, foram produzidos cerca de 12 milhões de litros. “Hoje somos a usina que mais produz etanol em Alagoas, tanto da cana quanto do milho. Há três décadas, nossa produção girava em torno de 20 a 30 milhões de litros. Já ultrapassamos os 60 milhões e agora estamos trabalhando para chegar a uma média de 80 milhões de litros por safra”, afirmou.

Projeto de Confinamento de Bovinos

A conversão do grão de sorgo em etanol, realizada pela indústria sucroalcooleira, gera um subproduto conhecido como WDG (grão úmido destilado), amplamente utilizado na alimentação de ruminantes. Para cada tonelada de sorgo processada, obtém-se, em média, meia tonelada de WDG. Essa é uma das vantagens do novo investimento da Cooperativa Pindorama no cultivo de sorgo. Com a produção de etanol a partir da planta, será possível ampliar o rebanho bovino da cooperativa, dentro do projeto de confinamento de animais.

De acordo com Klécio Santos, a meta atual é dobrar o número de animais confinados, passando de 2 mil para 4 mil cabeças. “Iniciamos o projeto em novembro e dezembro e, neste ano, retomaremos no início de setembro, com o início da moagem da cana. É uma iniciativa relevante para a pecuária nordestina, especialmente em Alagoas e na região de Coruripe, já que o custo com transporte será reduzido para quem vive por aqui. Os pecuaristas locais devem enxergar essa como uma excelente oportunidade de negócio”.

Ele ainda reforça: “Aqueles interessados em investir na bovinocultura ou participar do projeto devem procurar nosso departamento técnico. Nós cuidamos dos animais até que alcancem o peso ideal para o abate. É um projeto que representa uma grande oportunidade econômica para a região”.

Cana de açúcar

Devido à escassez das chuvas, principalmente nos meses de setembro e outubro do ano passado, e abril e maio deste ano, que comprometeram o desenvolvimento da cana de início de safra, o início oficial da safra 2025/26 em Alagoas foi postergado para o começo de setembro. Durante a Missa de Ação de Graças, o presidente Klécio Santos também reconheceu o momento de dureza no segmento do setor no estado, mas também se manteve otimista quanto ao desempenho da Cooperativa no ciclo 2025/26.

“Tivemos uma redução de 17%, moendo cerca 800 mil toneladas. A falta de chuvas pegou todos de surpresa, todos as indústrias. Nós não esperávamos que tivesse essa queda.  Foi muito cruel esse déficit hídrico. Agora, a perspectiva é de pelo menos repetir a moagem da última safra. Será um ano de recuperação”, projetou.

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